Compromisso com a pesquisa e engenharia: a trajetória da professora Mariana Giannotti
Conheça a professora Mariana, que tomará posse como professora titular no próximo dia 22 de agosto
A professora da Escola Politécnica da USP, Mariana Giannotti, é pesquisadora e integra o Conselho diretor do Centro de Estudos da Metrópole e coordenadora do Laboratório de Geoprocessamento da Poli, atuando como pesquisadora na Escola há aproximadamente 15 anos. No dia 22 de agosto, a professora é uma das homenageadas na Cerimônia de Posse dos Novos Professores Titulares.
Mariana Giannotti é professora do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli e leciona disciplinas de graduação para os cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Civil e de Pós-Graduação vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transportes da Poli, que atua como coordenadora
Sua área de pesquisa concentra-se em temas relacionados à Mobilidade e Cidades Inteligentes, mais especificamente à Ciência de Dados Geoespaciais e suas aplicações na análise da equidade nos territórios urbanos.
Para além da sala de aula, a professora divide seu tempo de pesquisadora com a maternidade. Mãe de dois meninos, de 12 e 16 anos.
Contribuições em pesquisa, ensino e extensão
Na USP, os cursos de graduação e pós-graduação andam paralelamente com o desenvolvimento de seus projetos de pesquisa.
A professora Mariana é pesquisadora principal no Centro de Estudos da Metrópole (CEPID/FAPESP) e integra ainda outros grupos de pesquisa, dentre eles o Centro USP Cidades, o Observatório de Transformação Digital do Estado de São Paulo e o Centro de Ciência de Dados para Estatísticas Públicas (Centro de Ciência para o Desenvolvimento da FAPESP).
Suas principais contribuições para a comunidade científica compreendem a proposição de inovações metodológicas no cálculo da acessibilidade urbana, bem como avanços na incorporação de grandes volumes de dados espaciais, como bilhetagens eletrônicas do transporte público, dados de telefonia, entre outros, em busca de subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências, que visem a redução das desigualdades para que nossas cidades se tornem mais justas e sustentáveis. “Em uma das frentes de trabalho identificamos as desigualdades que as políticas tarifárias do transporte público exercem nas cidades de São Paulo, Londres e Nova Iorque”, exemplifica a professora.
“Como professora titular da Poli, acredito que uma das estratégias para impulsionar a área seja promover a conexão entre pesquisadores e alunos que atuam e se interessam pelo tema da mobilidade e cidades inteligentes, através de seminários com pesquisadores de referência que provoquem discussões científicas e técnicas de alto nível ”, afirma.
Segundo ela, o ensino em engenharia precisa ser fundamentado em conceitos e métodos aplicados à análise prática de situações reais. Para isso, Mariana propõe que sejam implementadas na Escola metodologias ativas que dêem suporte para uma formação de base no uso de inteligência artificial e análise de grandes volumes de dados, aplicadas a temas transversais como o de cidades, e promovam maior conexão direta dos alunos no campo da engenharia.
Há 10 anos lecionando na Poli, Mariana afirma que a principal motivação para integrar a equipe de docentes e pesquisadores da Universidade foi a posição da Instituição como referência nacional de pesquisa e inovação.
Como professora titular, ela espera alavancar as redes de pesquisa em mobilidade e cidades inteligentes, fomentar as metodologias ativas de ensino preparando os alunos da escola de acordo com as expectativas da engenharia 4.0 e apoiando a parte de gestão para que sejam minimizados os processos burocráticos designados a docentes, para que eles possam explorar seu potencial, para fazerem aquilo para o qual foram preparados e que os motivaram a entrar na universidade: ensino e pesquisa.
Segundo a professora, a Universidade do futuro deve ser composta por docentes engajados em seus projetos, livres de burocracias institucionais para que possam mergulhar na vida universitária oferecendo o seu melhor.
Durante sua trajetória na academia, a professora entrou em contato com diversos profissionais que a auxiliaram. Dentre eles, Mariana cita a figura da professora Liedi Bernucci, a primeira mulher a tornar-se diretora da Poli e sua colega de departamento.
“A Poli foi uma oportunidade para realizar meu sonho de fazer pesquisa de ponta que contribua para a sociedade, e atuar como docente estimulando para que os alunos brilhantes que tenho o privilégio de interagir ocupem espaços importantes de decisão no nosso país para torná-lo menos desigual, mais equitativo e sustentável”
-Mariana Giannotti
Tudo sobre a professora
Formação
Graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1998) com intercâmbio na Universidade do Arizona, EUA (1996);
Mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2001);
Doutorado em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica (2010) com intercâmbio no Laboratoire d'InfoRmatique en Image et Systèmes d'Information (INSA - Lyon), França (2008 a 2009, bolsista CNPq).
Disciplinas Lecionadas
Geomática II;
Geoprocessamento para Engenharia Ambiental;
Ciência de Dados Espaciais para Análises Urbanas.
Prêmios
Bolsista Produtividade CNPq 1D;
Paraninfa da turma de Engenharia Civil 2023 (escolhida dentre os 100 professores da civil para ser homenageada pela turma de formandos em 2023).
Prêmio ANPET de Produção Científica 2018 pelo trabalho "Padrões de atividades de residentes de Paraisópolis: análise de dados de múltiplos dias coletados com smartphones", ANPET - Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes.
Prêmio ANPET de Produção Científica 2016 pelo trabalho "Análise e Visualização de Dados de Rastreamento para Estudos de Logística Urbana", ANPET - Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes.
Best Paper Award, Boeing - XVI Brazilian Symposium on Geoinformatics.
Associações
Centro de Estudos da Metrópole - Centro de Pesquisa Inovação e Difusão (FAPESP);
Centro de Ciência de Dados para Estatísticas Públicas - Centro de Ciência para Desenvolvimento (FAPESP);
Centro USP Cidades;
Observatório de Transformação Digital do Estado de São Paulo;
Centro FGV Cidades;
ANPET - Associação Nacional de Pesquisa em Engenharia de Transportes;