FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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A palestra do professor Márcio Lobo Netto esclaresceu dúvidas sobre intercâmbio. (Foto: Beatriz Carneiro)

Durante a semana de recepção dos calouros de 2020, a Poli realizou palestras dando um panorama de como funcionam os intercâmbios e a mobilidade acadêmica internacional na faculdade. A  Comissão de Relações Internacionais da Escola, conhecida pela sigla CRInt, é o escritório responsável pelos convênios e parcerias com universidades do exterior. Segundo o professor Márcio Lobo Netto, diretor de mobilidade internacional da universidade, a função do órgão é proporcionar aos alunos as melhores oportunidades dentro da graduação. 

 

Na Poli, existem três modalidades de internacionalização: duplo diploma, aproveitamento de estudos e intercâmbio aberto. Na primeira, o estudante passa de três a quatro semestres, normalmente no final do curso, em uma universidade conveniada no exterior, cursando as disciplinas obrigatórias do currículo de seu destino, além de optativas. 

Uma das parcerias mais notáveis da Escola é com as faculdades francesas. Em algumas delas, os alunos chegam no final do 5º semestre, passam dois anos no intercâmbio e retornam para cursar os dois anos finais na Poli. Porém, na maioria das universidades, o intercâmbio se inicia no final do 7º semestre, durando até dois anos, e o aluno retorna para cursar apenas o último semestre da graduação. 

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Nesse período, o intercambista precisa cumprir um número mínimo de créditos por semestre. Existe a opção de desenvolver o projeto de conclusão de curso durante o intercâmbio e posteriormente apresentá-lo aqui, o que é encorajado pela universidade. Ao final do curso, nessa modalidade, o graduando recebe o diploma de ambas as universidades. As instituições de ensinoconveniadas são de excelência, a maioria na Europa, e os processos seletivos costumam acontecer entre agosto e setembro. 

A internacionalização por aproveitamento de estudos oferece mais opções de destinos para os estudantes e as aulas cursadas fora são consideradas no histórico escolar, porém, ao final do período, o estudante recebe somente o diploma da Poli. . O tempo de duração costuma variar entre quatro e doze meses, e a liberdade do curso é maior já que  não hádisciplinas obrigatórias para o diploma. A quantidade de créditos mínimos a serem cursados por semestre é bem menor, e a Poli encoraja os alunos a aproveitar ao máximo a oportunidade. 

A terceira e última modalidade é o intercâmbio livre, no qual a Escola Politécnica não atua como intermediária, e sim o próprio aluno. Porém, todos os créditos obtidos nesta experiência são validados pela Poli e constam no histórico escolar. A diversidade aqui é muito maior, tanto de propostas quanto de tempo, e é muito incentivado aos ingressantes. 

O processo seletivo para uma vaga de intercâmbio envolve algumas etapas e fatores. Vale lembrar que cada caso pode variar suas regras, por isso a leitura do edital é imprescindível. Primeiro, o edital contendo as informações e regras é publicado e os interessados fazem sua inscrição. Depois, o processo de análise se inicia: dentre os critérios levados em consideração, estão o desempenho escolar, o histórico, a média ponderada do aluno e sua posição relativa na turma (disponíveis no JúpiterWeb), a existência de reprovações, que não é eliminatória, e a progressão do aluno no curso. 

Feita a primeira seleção, a segunda etapa se inicia com o envio do currículo, a redação de um projeto profissional — que é como um texto motivacional, contando as aspirações do candidato e os motivos que o fizeram se interessar pela vaga. Novamente selecionados, os graduandos passam por uma entrevista com a CRInt, que gera uma nota. Finalmente, os melhores colocados são indicados para as vagas disponibilizadas pela universidade conveniada. 

Além disso, é necessário determinado nível de proficiência no idioma em que serão ministradas as aulas. Cada instituição de ensino define o certificado que exigirá, portanto vale, novamente, se atentar aos editais para informações mais precisas de cada caso. 

Todo esse processo serve para a vaga de intercâmbio. Uma vez garantida, o aluno pode tentar uma bolsa de auxílio financeiro para manter-se no seu destino. Existem diversos tipos de bolsa, seja no Brasil ou no país para onde vai. A França oferece algumas bolsas de excelência, além de outras financiadas por fundações. Na Poli, é possível conquistar uma bolsa da AUCANI (Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional) ou do banco Santander, com o qual a universidade possui uma parceria. As bolsas costumam ser de até 20 mil reais, o suficiente para cobrir em média um semestre de intercâmbio. 

De 2001 a 2018, 3082 alunos da Poli foram para o exterior por meio destas modalidades de internacionalização. No mesmo período, a Escola recebeu 1578 intercambistas de pelo menos trinta e cinco países diferentes. A tendência é que esse número continue crescendo durante os próximos anos. Para auxiliar no processo, existem grupos como o iPoli, que promove eventos de recepção e integração, além de acompanhar todo o período de permanência dos estudantes.

 

Para fotos da palestra do professor Márcio Lobo Netto, clique aqui

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