FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Cerca de 100 pessoas estiveram presentes em encontro na USP Leste, com o objetivo de mobilizar parlamentares a destinarem recursos ao projeto

Os professores Mauro Zilbovicius e André Hirakawa participaram nesta segunda-feira (17/10) do segundo encontro de mobilização para a reinstalação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) no campus da USP Leste, em São Paulo. O encontro foi promovido pelo “Movimento por Educação Pública Integral da Zona Leste – da Creche à Universidade” e reuniu lideranças, professores, alunos e representantes de parlamentares em um dos auditórios do campus da USP na Zona Leste, instalado no bairro de Ermelino Matarazzo, em São Paulo. Ambos os docentes integram um grupo de trabalho montado pela Poli para estruturar o projeto pedagógico de retorno da Poli para o campus.

Estiveram no evento quase 100 pessoas. Os coordenadores do Movimento por Educação Pública, padre Antônio Marchioni (padre Ticão) e o professor Waldir Augusti, promoveram o encontro, que teve também a presença da professora Maria Cristina Motta de Toledo, diretora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH), que está instalada no campus.

Representantes de parlamentares já manifestaram apoio à iniciativa, e disseram, em nome dos parlamentares, que serão apresentadas emendas para destinar recursos para as obras físicas – salas de aula, laboratórios etc – necessárias para o retorno da Poli ao campus da USP Leste. Já existe um projeto de engenharia para isso. O grupo de trabalho que desenvolve o projeto pedagógico estima um investimento inicial em pouco mais de R$ 80 milhões para que a Poli possa desenvolver as atividades previstas. Já o custeio, verba para a manutenção do curso (salário de professores e funcionários, manutenção de laboratórios, limpeza etc), está estimado em R$ 7 milhões anuais.

O projeto pedagógico deve ser concluído até o final deste ano. O professor Zilbovicius apresentou na reunião na USP Leste as linhas gerais da proposta a ser encaminhada para a Diretoria da Poli. A ideia é oferecer um centro de formação, com cursos e atividades de diversos tipos como cursinho pré-vestibulares, curso de graduação e pós-graduação lato sendo, curso para aperfeiçoamento ou requalificação profissional, entre outras atividades.

Engenharia de Produção, com duas ênfases

O passo inicial para o retorno da Poli ao campus da USP Leste é a instalação de um curso de graduação em Engenharia de Produção com duas ênfases, uma em questões urbanas e outra em computação. “Queremos formar engenheiros capacitados a trabalhar com problemas que envolvem a conjugação de várias áreas das Engenharias”, explicou o docente. A proposta para a Poli Leste, porém, quer inovar no campo do ensino da Engenharia em vários aspectos. Um deles é nas ênfases.

Uma delas é focada na solução de problemas urbanos. “Queremos formar engenheiros que possam lidar com as questões do mundo urbano de forma integrada: o formado deverá ser capacitado para trabalhar diversos assuntos, como administração pública, construção civil, meio ambiente, lixo e resíduo urbanos, mobilidade, transporte e logística. Ele vai trabalhar com os especialistas, mas será capaz de pensar as soluções integradas para o meio urbano de forma sistêmica”, exemplificou.

A segunda ênfase, em computação, deverá proporcionar uma formação também ampla. “Não queremos que o aluno saiba construir um hardware apenas, mas que ele atue no desenvolvimento de softwares, de aplicativos, que tragam soluções, como, por exemplo, vemos nas tecnologias envolvendo mineração de dados, e no tema das cidades inteligentes, – e aqui temos uma grande interface entre as duas ênfases que queremos ter no nosso curso, questões urbanas e computação”, ponderou.

O projeto pedagógico também inova ao propor que os alunos desenvolvam projetos e tenham conteúdos práticos desde o início do curso. “Os projetos levarão os alunos a buscar a teoria para resolver os problemas que serão apresentados”, afirmou. A proposta terá o formato quadrimestral nos dois últimos anos. Ou seja, os alunos terão um quadrimestre de aulas presenciais e outro no qual desenvolverão seus estágios em empresas ou órgãos de administração pública. A ideia é que os estudantes procurem por estágios em empresas locais ou em órgãos da administração pública e que possam atuar em questões que envolvem a Zona Leste. As parcerias com empresas e outros atores serão fundamentais. O projeto contempla ainda a criação de bolsas de estudo para que os alunos com menos recursos financeiros possam se dedicar em tempo integral ao curso.

Além de Mauro Zilbovicius, coordenador, e André Hirakawa, integram o grupo de trabalho os professores da Poli Alberto Hernandez Neto, Paulo Sérgio Cugnasca, Mercia Bottura de Barros e Alexandre Kawano. O professor Waldir Augusti é o representante da comunidade junto à equipe do projeto. “Estamos trazendo a Poli de volta para a USP Leste com uma proposta de um curso classe A, mas este não é um curso da Zona Leste, é um curso da Poli que vai formar engenheiros aqui, mas capazes de atuar no mundo todo”, finalizou Zilbovicius.

Placa indicativa da entrada da USP Leste, na qual já constam as unidades previstas para lá: a EACH e a POLI. Estamos cumprindo o prometido.

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