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Poli oferece nova disciplina de empreendedorismo e inovação para estudantes de engenharia

A Escola Politécnica (Poli) da USP ofereceu, neste primeiro semestre de 2020, uma nova disciplina optativa, a “Empreendedorismo e Inovação em Engenharia (PMI 3817)”, no Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo (PMI), ministrada pelos professores Giorgio de Tomi e Antonio Muscat. De Tomi conta que, mesmo neste semestre tumultuado devido à pandemia,  as aulas contaram com um grande engajamento dos 25 alunos. “Ela foi baseada em aprendizado ativo e simulou a jornada de uma startup, desde a sua ideação até o scale-up — empresas com rápido crescimento por um longo período de tempo, de forma escalonada”.

Além do conteúdo teórico, os estudantes tiveram uma experiência intensa fora da sala de aula, onde puderam colocar em prática uma ideia para testar sua validade, e também assistiram palestras de profissionais de destaque no mercado de startups e tecnologia.

O estudante do último ano do curso de Engenharia de Minas, Pedro Ferrufino, que cursou a nova disciplina, relata que “a matéria nasceu como empreendedorismo voltado para a cadeia mineral, mas acabou tendo uma abordagem mais ampla, quase como uma pré-aceleração de startups”. Segundo ele, durante o semestre foram apresentados conceitos que auxiliam no processo de transformar uma ideia num mínimo produto viável, com desafios que incluíram a realização da primeira venda. 

Guilherme Monteiro, do terceiro ano  de Engenharia de Materiais, foi aluno da disciplina e é um dos fundadores da Liga de Empreendedorismo da Poli, grupo de extensão voltado para o aprendizado teórico sobre o tema. Ele conta que a disciplina não só abordou toda a parte teórica estudada na Liga, que inclui os livros considerados a base do empreendedorismo, como aprofundou a abordagem sobre eles, além de propor sua união com a parte prática do processo. Segundo ele, a disciplina envolvia juntar uma equipe, encontrar um problema grande do mercado, validar que era de fato um problema e começar a traçar uma solução para isso, representando basicamente o caminho que as startups realmente traçam — e, em alguns casos, chegarem a “monetizar” a iniciativa. 

 

“A própria avaliação dos alunos mostra que essa foi uma disciplina fora da curva, que eu realmente recomendo para qualquer pessoa que um dia quer vir a empreender, porque é realmente um divisor de águas. Eu não acho que existe alguma outra disciplina na Poli onde as pessoas possam fazer isso”, comenta Guilherme. O estudante ainda aponta que, além de aprender muito sobre empreendedorismo e da parte prática, os alunos têm acesso a palestras sobre tecnologia durante as aulas.

 

Ao longo da disciplina foram criadas cinco startups, que se apresentaram para uma banca formada por membros da Poli Angels, uma associação de investidores sem fins lucrativos formada por ex-alunos da Poli e renomados empreendedores do mercado. Dentre as startups criadas pelos alunos da disciplina em 2020, estão Meu Bebê Cresceu (comércio online de roupas de bebê); Park.E (aplicativo que propõe mudar a forma do usuário estacionar o seu veículo); Find My Dress (indicação e venda de peças de vestuário e acessórios online); Rent Agro (comércio online de equipamentos agrícolas) e Reciclei (incentivo para a reciclagem de materiais por meio de jogos — gameficação). 

 

Sherida Figueiredo, aluna do último ano de Engenharia de Minas, conta que desde o primeiro dia ficou bastante claro que o foco da disciplina seria a criação de uma startup. “Meu grupo optou por criar uma startup chamada ‘Find my Dress‘. Vimos durante o curso que criar a ‘Find my Dress‘ é bem mais difícil do que imaginávamos. Tivemos que mudar muitas vezes nossa ideia, até que por fim pudemos apresentar nosso trabalho para empreendedores e recebermos nosso feedback”, revela a estudante. Algumas horas por semana foram investidas no projeto, e ao final aprenderam a definir e mapear suas ideias, desenvolver uma plano de custo, realizar tarefas de marketing e coordenação de uma startup.

 

A nova disciplina teve o apoio da Diretoria da Poli, da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), e contou com a colaboração no conteúdo e metodologia da PoliStart, entidade que trabalha com a aceleração de startups e aproximação de empresas com o processo de inovação aberta, e atua como um grupo de extensão da Poli.

O próximo oferecimento será no primeiro semestre de 2021, e a matrícula será pelo sistema da Poli. Os alunos podem procurar a disciplina pelo código PMI3817.

 

Acesse aqui a página da disciplina. 

 

Leia mais:

 

Ex-alunos da Poli-USP vão ajudar futuros engenheiros a empreender

https://www.poli.usp.br/noticias/12300-ex-alunos-da-poli-usp-vao-ajudar-futuros-engenheiros-a-empreender.html

 

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