FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Estudantes de Engenharia Química da Poli-USP criam projeto para vivenciar dinâmica da indústria

A Escola Politécnica (Poli) da USP possui um longo histórico de criação de organizações  estudantis com os mais diversos objetivos, principalmente projetos de extensão, que atuam em diversas áreas, como atividades sociais, empreendedorismo, educação e os grupos técnicos, que desenvolvem projetos práticos com base em conteúdos estudados em sala de aula. Em 2021, estudantes do curso de engenharia química criaram o Poli Cerevisiae, o primeiro grupo de extensão focado em sua área de atuação.

O Poli Cerevisiae surgiu para aproximar  os estudantes da área da indústrias ou de processos, que são o foco da Engenharia Química, e permitir que os alunos se aproximem do que vêem na sala de aula. A professora Carmen Tadini, do Departamento de Engenharia Química (PQI) da Poli, explica que atividades extraclasse como este projeto, ou uma Iniciação Científica, apresentam diferentes oportunidades de aprendizado para o aluno, não exclusivamente as relacionadas ao conteúdo visto em salas de aula. “Assim, esse projeto é um belo exemplo de que podemos criar situações reais em que “faz o aluno pensar” no que viu em aula e refletir”. 

 

Uma ideia discutida há várias gerações de engenheiros químicos era que tipo de processo da indústria química poderia ser reproduzido em um projeto de extensão, de forma a oferecer aos alunos esta experiência. Em 2021, o grupo de extensão Poli Cerevisae saiu do papel com a realização das primeiras bateladas, um processo industrial no qual as matérias-primas são carregadas em uma unidade de processamento e submetidas a uma série de transformações até a obtenção do produto final. “O processo de fabricação de cerveja está entre um dos mais complexos quando se trata de operações unitárias, como a fermentação, filtração, refrigeração e além disso engloba conceitos de reações bioquímicas, fenômenos de transporte, ou seja é um ótimo cenário para o estudo da engenharia”, explica a estudante Lara Velazquez. 

O foco de estudo escolhido foi a produção cervejeira, por se tratar de uma produção simples e completa em termos dos conteúdos abordados no curso, e devido ao fato de que a indústria cervejeira brasileira ser considerada uma das maiores do mundo, além de despertar a curiosidade dos alunos. “A proposta do grupo é também aumentar o interesse dos alunos pelo curso, trazendo os seus diversos aspectos teóricos para uma aplicação prática, cotidiana e prazerosa.  É nossa função mostrar que a Engenharia Química também existe fora das grandes refinarias e que a construção de uma unidade de produção de um dos produtos mais louvados pelos brasileiros, a cerveja, é totalmente factível com  investimentos financeiros mínimos, demandando apenas conhecimento e postura empreendedora, competências fundamentais para um engenheiro politécnico”, detalham os integrantes do grupo.

Com o intuito de aproximar os estudantes da teoria vista em sala de aula, o grupo aplica na prática da fabricação da cerveja os principais conceitos estudados. Com isso, eles pretendem tornar mais motivador o aprendizado da engenharia, e auxiliar no desenvolvimento profissional e pessoal dos futuros engenheiros, já que participar dos processos de produção ensina as pessoas a superarem de problemas práticos até questões burocráticas que precisam de jogo de cintura”, relata a equipe.

Essas atividades também cooperam para a vivência no laboratório, a qual é uma oportunidade de aprender a trabalhar em grupo, visto que novos desafios se impõem ao trabalhar em equipes compostas de pessoas que inicialmente lhes são desconhecidas. “Valores como respeito a diferentes opiniões, regras básicas de conduta em laboratório e que todos têm igual responsabilidade para dar certo o trabalho são adquiridos”, explica a professora  Carmen Tadini.

O Poli Cerevisiae não é voltado apenas para os alunos da Engenharia Química, e recebe membros de toda comunidade uspiana. As inscrições são abertas no início de todos os anos e as de 2022 já foram encerradas.

O grupo de extensão enfatiza que as cervejas são apenas o fim do aprendizado prático da engenharia e não para fins recreativos. Todo o material produzido é descartado posteriormente.

Conheça mais do dia a dia Poli Cerevisiae no Instagram, Facebook e no Linkedin.

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