FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Pesquisadores da Poli-USP participam de evento internacional sobre transição energética

Jhonatan Arismendi Florez, doutorando do Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT), comenta a oportunidade vivida por estudantes da Poli como os únicos latinoamericanos selecionados para participar do evento em universidades da Holanda e Suécia

Jhonatan no canto direito, junto aos demais colegas em frente a Eindhoven University of Technology (Tu/e), na Holanda [Imagem: Jhonatan Florez]

O pesquisador do Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT), Jhonatan Jair Arismendi Florez, conquistou uma das 15 vagas para o curso internacional SEEP PhD Summer School 2022 Hybrid School on Energy Transmission: Resilient Energy Systems, que ocorreu entre 15 a 26 de agosto de 2022 nas universidades KTH Royal Institute of Technology, em Estocolmo, Suécia e em Eindhoven University of Technology, em Eindhoven, Holanda. 


Outros dois doutorandos da Poli e da USP também participaram da PhD Summer School: Débora dos Santos Carvalho, doutoranda em Engenharia Elétrica do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE), e Mateus de Araújo Fernandes, doutorando de Engenharia Ambiental. Florez e Fernandes participaram presencialmente, enquanto Débora e o também doutorando Michael Alba, do Programa em Energia do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, participaram de maneira remota. 


O pesquisador conta que o evento concentrava maior foco em soluções energéticas para a Europa e Ásia, mas entre a seleção que formaria o seleto grupo de 15 membros, o projeto submetido por Florez foi avaliado e aceito, sendo a única participação latinoamericana no SEEP. Com a participação das universidades Shanghai Jiao Tong University e Zhejiang University, o programa envolveu estudos que utilizaram de tecnologias inovadoras e essenciais para as demandas mais recentes acerca do cenário energético mundial, que incluem a produção e armazenamento resilientes, energias e tecnologias renováveis, sustentabilidade, flexibilidade, redes e conversão da energia.

As discussões se basearam em exemplos recentes de crises e conflitos mundiais que envolvessem a produção, contenção e disseminação de energia e suas consequências para o planeta. Florez destaca que a preocupação geral do grupo foi a de garantir, por meio de parcerias entre universidades e centros de pesquisa, o fomento às técnicas e tecnologias inovadoras que priorizam a sustentabilidade e a renovação energética, além de trocar experiências e especificidades das matrizes energéticas de cada País.

“Desde que entrei na graduação de Engenharia de Petróleo na Colômbia, vi muitas coisas que poderiam ser aperfeiçoadas nesse setor. Minha maior preocupação era transformar a área em menos controversa e torná-la mais eco-friendly [amigável ao meio ambiente]”. Durante o mestrado, Florez fundou uma startup, apoiada pelo Fundo Patrimonial Amigos da Poli, que reutiliza os resíduos da indústria de petróleo para criar rochas de reservatório e facilitam o estudo.

 

[imagem: Jhonatan Florez]
[Imagem: Jhonatan Florez]

“A presença do Jhonatan no evento nos trouxe muita clareza para onde pretendemos aplicar os recursos para fins energéticos. Sou da área da ecologia e agora busco cada vez mais aplicações nobres para bens minerais; essa oportunidade trouxe muitas reflexões para nosso grupo e parceiros e, imediatamente, parcerias potenciais na área de motores de baixa pegada ambiental em um projeto que prevê o envolvimento de pelo menos três Departamentos da Poli”, diz Ulsen.

Durante o SEEP 2022, Florez conta que o primeiro encontro entre o grupo de pesquisadores foi feito no Nobel Prize Museum, em Estocolmo, e que, de certa forma, os inspirou sobre a importância de participar e contribuir para eventos científicos como o que estavam participando. “Como por exemplo, discutindo e trocando saberes multidisciplinares de várias partes do mundo, buscar destinar estudos, pesquisas e projetos à comunidade e ao avanço global. “O Nobel é um ponto de referência para todos os cientistas, como é para mim. Estando lá, é impossível não se emocionar e pensar ‘um dia pode ser que minha contribuição para a pesquisa e para a humanidade esteja exposto aqui’.”, relata o pesquisador.

Lembrando-se dos dois Prêmio Nobel que a Colômbia já recebeu no passado; o de Literatura, em 1982, para Gabriel García Márquez, e o da Paz para Juan Manuel Santos, em 2016; Jhonatan pensa que o Brasil possui potencial suficiente para ser um marco para a Ciência mundial. “Sou colombiano e acredito muito na Ciência produzida no mundo inteiro, sobretudo na feita no Brasil. Tem muita gente empolgada com a ciência, há muita coisa boa para acontecer aqui. O País é um ponto-chave geopoliticamente, geoeconomicamente e ambientalmente. Por isso, trouxe uma réplica da medalha, enquadrei-a e coloquei diante do meu computador no LCT para me inspirar todos os dias. Eu enxergo que é onde a gente pode chegar”, declara Florez enquanto aponta para a Medalha. 

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