FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Professores da Poli-USP apostam em formato diferenciado de aulas em disciplina de Empreendedorismo

Quarta edição da disciplina teve um crescimento na diversidade de gênero

Em sua 4ª edição, a disciplina optativa de Empreendedorismo e Inovação em Engenharia (PMI 3817), da Escola Politécnica (Poli) da USP, já começou a ser ofertada em 2023, e conta com 125 inscritos de vários departamentos da Universidade de São Paulo. A disciplina é ministrada pelos professores Giorgio de Tomi e Antonio Muscat, juntamente com Rubens Approbato e Carlos Fenerich, ambos da Poli Angels, associação que é uma das apoiadoras do curso. Para este ano, a turma registra a maior participação feminina desde a ativação da disciplina, e um de seus diferenciais é o inovador e dinâmico método de ensino em estilo Talk Show. 

‘’Nós desenvolvemos a disciplina com o objetivo de trazer para os alunos não só a teoria de como empreender, mas a prática e o contato com o mercado. Além de aprender o teórico, os alunos efetivamente constroem uma startup e vão ao mercado’’, explica Rubens, co-fundador e mentor na PoliAngels, associação de investidores fundada por egressos da Escola. Estudantes interessados em inovar e empreender têm a oportunidade não só de serem capacitados e inspirados, mas também de criar uma proposta de startup, em grupo. A ex-aluna da disciplina, Ingrid Barbosa, conta que, ao entrar na disciplina, percebeu que ali era o espaço para que sua ideia fosse consolidada e concebida, dando origem à startup Constrói Aí. Ingrid agora compõe a monitoria, equipe responsável por auxiliar os professores nas atividades. ‘’Quis ser monitora para retribuir algo que foi tão bom para mim’’. 

Ao longo das aulas, as ideias iniciais são orientadas e apoiadas por mentores, profissionais de mercado, experientes do ecossistema de inovação e  dispostos a ajudar os alunos a desenvolver os projetos. A mentoria, essencial para o bom andamento do curso, é oferecida pelas organizações apoiadoras: a Bolsa de Valores Brasileira B3, o Ecossistema Great People, a PoliAngels e a consultora Kearney. Para manter o conteúdo da disciplina atualizado com o mercado, os instrutores contam com a curadoria da aceleradora PoliStart e da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE). Mesmo com a volta das atividades presenciais, várias atividades do curso são realizadas de forma híbrida, com o intuito de permitir a interação entre os alunos membros de startups e os mentores da disciplina, que acompanham a disciplina de diferentes partes do País. 

Além da parte prática, diferencial entre as disciplinas de empreendedorismo da USP, os professores conduzem a aula em uma espécie de programa de entrevista. Para tornar o conteúdo mais claro para os alunos, o professor apresenta e desenvolve o tema da aula entrevistando algum monitor com questões referentes ao que será abordado. Com isso, por meio de perguntas e respostas, o conteúdo é apresentado de forma dinâmica aos estudantes. ‘’Percebemos que uma aula por videoconferência tem uma tendência a se tornar monótona’’, esclarece Carlos Fenerich. Por isso, o método de ensino foi adotado durante a pandemia, e permanece em uso. A metodologia também inclui palestras com fundadores de startups que estão no início de sua jornada, mas com recebimento de algum investimento. ‘’O objetivo principal é servir de exemplo, os palestrantes são pouco mais velhos que eles e contam histórias muito legais do começo de sua trajetória’’, complementa enfatizando a relevância de gerar identificação e empatia entre os participantes. 

A diversidade entre os alunos também é algo que se preza na disciplina, ‘’é muito valorizada, principalmente no aspecto de permitir pessoas com diferentes mindsets trazerem contribuições diferenciadas para o projeto das startups’’. A possibilidade de pessoas de diferentes unidades se inscreverem e o aumento da participação feminina em 2023, 31% dos inscritos, contribuem para a garantia de diversidade. O professor Muscat entende que o dado mostra um crescente interesse no assunto e nas práticas de empreendedorismo entre as mulheres, que ainda são sub representadas na área. A monitora Ingrid, que viveu a experiência da disciplina, enalteceu as ideias brilhantes de suas colegas mulheres em seu ano, e ressalta a contribuição da empreendedora Luciane Abramo como sua mentora. “O fato de termos uma mentora, uma mulher, foi uma referência ali para mim e para as outras meninas’’.

 

Apoiadores da disciplina de Empreendedorismo e Inovação em Engenharia:

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