FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Pesquisadora da Poli-USP compartilha resultados de pesquisa sobre impactos da mineração com gestores de área destinada à conservação na Amazônia

A pesquisadora e seu orientador, o professor Luis Enrique Sánchez, visitaram a unidade de conservação para apresentar resultados da pesquisa de doutorado e estabeleceram uma cooperação para estudos futuros e colaborações 

No final de 2023, os pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP, Juliana Siqueira-Gay e o professor do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo, Luis Enrique Sánchez, foram convidados a visitar a Estação Ecológica do Jari, situada entre o Pará e o Amapá, para apresentar os resultados de seus estudos para os gestores  da unidade de conservação e para outros especialistas que estudam as complexidades da floresta na região.

Em sua tese de doutorado, Juliana Siqueira-Gay, que é doutora pela Poli e pesquisadora do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), sob a orientação de Sánchez, se dedicou a avaliar os impactos, diretos e indiretos, que a atividade mineradora resulta em regiões de alta biodiversidade da floresta amazônica. Além disso, avaliou os riscos proporcionados à integridade, saúde e bem-estar das comunidades indígenas que vivem nas regiões exploradas.  

 

A conexão foi celebrada por Juliana, que ressaltou a importância de produzir uma ciência com propósito, um dos grandes triunfos de sua tese, que foi premiada em 2022 com menções honrosas do Prêmio Tese Capes e Teses de Destaque USP. Além disso, Juliana recebeu prêmio de Jovem Pesquisadora da International Association for Impact Assessment, associação que reconhece pesquisas de grande relevância no âmbito da avaliação de impacto ambiental conduzidas por membros com menos de 35 anos. “A pesquisa saiu de um ambiente puramente acadêmico para levar considerações práticas para os gestores da unidade de conservação, para mim esse é o verdadeiro impacto da pesquisa”, destacou ela.

A visita consistiu em uma oficina de dois dias. Na esteira das discussões sobre os inúmeros impactos da mineração na floresta, foram debatidas as propostas de reduzir, recategorizar e extinguir as unidades de conservação, projetos que desconsideram a importância dos ecossistemas para preservação da biodiversidade da região. A reunião proporcionou o estabelecimento de uma cooperação que visa dar continuidade às pesquisas e avaliar quais os estudos prioritários para a unidade. 

 

“As unidades de conservação têm importância cada vez maior na proteção de recursos vitais para a sociedade. Uma estação ecológica visa proteção integral dos ecossistemas e também apoiar pesquisas científicas. Por sua vez, as decisões de manejo – ou seja, de gestão – de uma estação ecológica precisam ser fundamentadas em conhecimento científico”, assinala o professor Sánchez.

O docente ainda coloca em pauta a importância de promover o intercâmbio de conhecimentos entre a Universidade e a gestão da unidade de conservação.  “Acredito que nossa contribuição mostrou a importância de se avaliar os impactos cumulativos de vários empreendimentos existentes nas proximidades da Estação Ecológica. Por outro lado, nós ouvimos excelentes exposições sobre a geodiversidade e a biodiversidade da área. Esse conhecimento é essencial para a avaliação de impactos ambientais, nossa área de especialização”.

Leia a matéria a respeito da tese de Juliana na íntegra.

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