FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Grupo quer evitar desperdício e oferecer orgânicos mais baratos com o uso integrado de topos de prédios; vencedor será escolhido em janeiro

O projeto de um time de estudantes da USP está entre os finalistas do Thought for Food Challenge 2014. O desafio visa encontrar soluções para a questão: “Como alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050?” O grupo de quatro estudantes inclui Daniel Ricci e Eloi Ferracioli, ambos do curso de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica (Poli), Guilherme Arvate Álvares, da Engenharia de Produção, também da Poli, e Igor Ciambelli, da Engenharia Agronômica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).  O primeiro colocado no desafio receberá US$ 10 mil em prêmio.

O projeto se chama Rooty Roofs e foi escolhido um dos dez finalistas entre 336 concorrentes de 51 países. A proposta é produzir alimentos nas cidades por meio do uso integrado do topo ocioso dos prédios. A ideia está embasada em três pilares: implementar um efetivo sistema de agricultura urbana capaz de ser replicado em toda grande cidade do mundo; promover desenvolvimento local no âmbito social, econômico e ambiental através da otimização dos recursos existentes; e prover alimentos frescos, saudáveis e localmente produzidos, reduzindo custos logísticos e diminuindo as perdas associadas a transporte e manuseio.

“Dados da Embrapa atestam que cerca de 50% do desperdício de alimentos no Brasil se dá pelo transporte e pelo manuseio”, afirma Daniel Ricci. “A ideia é minimizar isso, usando espaços ociosos que são os topos dos prédios”. Ele explica que inicialmente, o grupo pretende arrendar o topo de um prédio e lá produzir especificamente uma cultura. “A gente paga um aluguel para condomínio e produz ali. Vende a produção, paga as contas, e vai agregando prédios. Cada topo de prédio seria uma célula, cada uma com uma cultura. Então integraríamos várias células com um centro de tratamento dos alimentos, este em solo. E esse conjunto integrado abasteceria os condomínios envolvidos e outros, dependendo da produtividade”, explica ele.

Na avaliação de Ricci, todos saem ganhando com o projeto. “Os condôminos, em curto prazo, podem ter uma pequena redução no condomínio ao locar o espaço. E em longo prazo pensamos em políticas públicas como o IPTU Verde, por exemplo, que poderia agregar descontos aos edifícios que produzissem alimentos.” Os vegetais seriam cultivados sem agrotóxico e teriam reduzida pegada carbônica, já que seriam destinados ao consumo local. “Vamos produzir orgânicos a preços acessíveis”, afirma Ricci.

Startup – As etapas finais do desafio começam dia 4 de janeiro, em Lisboa, Portugal. “Vamos participar de um acelerador de startups para fazer um protótipo da ideia e fazer mais pesquisas, necessárias para tirar o projeto do papel. Nos dias 13 e 14 acontecem as apresentações dos dez selecionados, para investidores, pesquisadores, representantes de ONGs e instituições públicas. E no dia 14 sai o nome do vencedor do desafio”, conta o estudante. Para ele, o maior desafio do projeto é conseguir o investimento inicial para o empreendimento. “Esses US$ 10 mil ajudariam muito”.

Fonte: Acadêmica Agencia de Comunicação

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