FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Essa é a proposta de um sistema que está sendo desenvolvido na Poli-USP

Um sistema que permitirá a escolha da melhor rota de ônibus considerando, além do tempo e custo, o conforto do passageiro durante a viagem está sendo desenvolvido pelo engenheiro de computação Bruno Pimentel Machado, aluno de mestrado do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Segundo o pesquisador, o sistema proposto é diferente do que já existe no site SPTrans, por exemplo. “Além de levar em conta as rotas, a disponibilidade de linhas para um trajeto, o sistema fará a seleção baseado também na sensação geral de conforto do passageiro”, explica Machado. Ou seja, ele poderá indicar ao usuário uma rota na qual o ônibus não esteja lotado, ou uma opção na qual o veículo produza pouco barulho ou não sacuda demais, ou que esteja mais frio em dias de calor etc.

No mestrado, o pesquisador montou um algoritmo que trabalha com esse tipo de informação e permite ao usuário tomar uma decisão orientada sobre a percepção do que é melhor para ele. “É como o Waze, mas levando em conta fatores mais pessoais”, explica André Hirakawa, professor que está orientando Machado na pesquisa.

O estudo usa alguns recursos de Matemática ou Lógica Nebulosa, método que permite aos pesquisadores lidar com incertezas e fatores menos objetivos ou quantificáveis – por exemplo, para uma pessoa um ônibus pode ser barulhento ou quente e para outra não. Machado criou, então, perfis. O Perfil A, por exemplo, vai dizer que velocidade é mais importante do que barulho. Um Perfil B vai pensar que conforto dos assentos é mais importante do que temperatura. “Em cima desses perfis, atribuí pesos para essas diferentes características para definir qual a melhor opção a ser sinalizada para o usuário quando ele consultar o sistema”, detalha.

Cidades inteligentes – Esse sistema foi concebido para ser operado em um contexto de uma cidade inteligente, onde as informações sobre os trajetos e ônibus (lotação, tempo de viagem, percurso, temperatura interna, ruído dentro do veículo, entre outros) são colhidos por sensores e estão disponíveis para que o sistema os acesse em tempo real, oferecendo ao usuário as melhores opções para naquele momento (o ônibus mais vazio, o menos barulhento, as possibilidades de baldeações para trem, metrô ou outro ônibus etc).

“Nesse momento, a pesquisa está mais focada no desenvolvimento do conceito, da lógica que vai permitir que o usuário consiga demonstrar a sua preferência e receber sugestões. Futuramente, o sistema pode ser usado para criar aplicativos”, destaca o professor Hirakawa.

A pesquisa está quase concluída. No momento, Machado está fazendo testes para consolidar o modelo. “Quando se cria um modelo, é preciso estressá-lo, ou seja, testá-lo para várias condições para comprovar que ele realmente representa de forma adequada o processo como um todo”, explica o pesquisador. Ele criou várias situações extremas – como manter o ônibus muito tempo parado num ponto do trajeto, ou o ônibus estar sempre lotado – para ver se o modelo realmente vai trazer como resultado o que o usuário precisa.

Ele também utiliza dados de pesquisa sobre o trânsito na Suécia, de outras pesquisas correlatas e alguns dados da SPTrans para fazer os testes dos modelos. “Planejamos enviar os resultados do projeto para a SPTrans, que poderá utilizar o sistema para desenvolver um aplicativo no futuro”, conclui Hirakawa. 

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