FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Startup de alunos da Poli-USP cria plataforma para busca de cursos online

Um grupo de cinco alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP, entre o segundo e o terceiro ano da graduação, resolveram participar, no início de 2020, de um Hackathon promovido pela Poli Júnior, empresa júnior da Escola. Durante a maratona de programação com o intuito de promover soluções para lidar com o coronavírus, Gabriel, Jorge, Matias, Enzo e Rodrigo identificaram um problema: com o desemprego e a pandemia, o número de pessoas que buscavam cursos a distância era muito grande. Porém, comparar as opções e escolher o curso era um processo complicado e que dificultava a iniciativa dos interessados. Então, porque não criar uma plataforma para auxiliar na procura e seleção dos cursos a distância, e ajudar na qualificação dos brasileiros? Nascia aí a onflow

O projeto da startup venceu o evento da empresa júnior, e isso alertou os estudantes de que a ideia poderia ter um grande potencial real de aplicabilidade. Porém, com pouca experiência com empreendedorismo, os jovens mal sabiam por onde começar. Assim, eles buscaram mentoria na Poli Start, entidade que auxilia projetos dos alunos da Escola, e conseguiram ajuda de Carlos Fenerich, engenheiro formado na Poli. 

Para entender melhor o mercado envolvido na proposta dos estudantes, Fenerich aconselhou-os a fazer uma pesquisa de mercado, buscando compreender a viabilidade do negócio. Esperando em torno de 70 pessoas em uma semana de circulação do formulário, o grupo ficou muito surpreso ao receber 570 respostas à pesquisa. Além disso, os resultados indicavam que o mercado para a startup era promissor, confirmando as ideias iniciais dos cinco politécnicos. 

O próximo passo, no qual estão trabalhando atualmente, é o desenvolvimento do MVP, sigla para Produto Mínimo Viável, em português. Essa é, simplificando, a versão inicial da plataforma, que é colocada no ar para testar a resposta da audiência, e vai sendo adaptada conforme o projeto incorpora os feedbacks recebidos. Além disso, para alavancar a startup, os alunos decidiram se inscrever no ITA Challenge, uma competição que trabalha inovação e empreendedorismo na comunidade acadêmica e auxilia na aceleração dos trabalhos selecionados. 

Dentre as 21 startups qualificadas para a competição está a onflow, única representante da Poli no evento. Os membros da equipe afirmam que a principal vantagem de estar na competição é o networking, a mentoria oferecida e a possibilidade de crescimento do projeto a partir daí. 

A onflow é composta por cinco alunos que, segundo os mesmos,  se conectaram em um evento da Poli por estarem no mesmo lugar, com os mesmos objetivos, o que se mostrou uma peça chave no desenvolvimento do projeto. Os politécnicos por trás da iniciativa são Enzo Moraes Fantini, de 20 anos; Gabriel Akio Takano Rigoli, de 19 anos; Jorge Habib H. B. El Khouri, de 20 anos, alunos de Engenharia Elétrica; Rodrigo Kenji Aguena, de 22 anos, aluno de Engenharia da Computação, e Matias Campos Helmeister, de 19 anos, estudante de Engenharia de Produção. 

Os idealizadores da startup afirmam que a Escola Politécnica teve um papel fundamental no processo de criação e desenvolvimento da onflow. Além de ser onde os estudantes adquiriram o conhecimento técnico em programação necessário para prosseguir com a ideia, o espaço da Poli propiciou e forneceu as ferramentas necessárias para o grupo existir. 

O aprendizado da Poli Júnior, a mentoria da Poli Start e até mesmo o fato de ser um lugar que reúne pessoas com a mesma mentalidade e vontade de fazer as coisas acontecerem, inovar e empreender. O incentivo à pesquisa, à correr atrás das informações, um valor da Escola, também contribuiu muito, auxiliando os jovens a aprenderem e conseguirem o que fosse preciso para tirar a ideia do papel. 

Sobre a parte técnica do projeto, o grupo decidiu seguir com um conceito de startup enxuta, que significa colocá-la em prática de forma ágil, com baixo custo e orientada pelo desejo do mercado. Atualmente, estão trabalhando com um modelo de MVP chamado de “mágico de Oz”, na qual a automação da plataforma não está finalizada quando colocada em contato com o público e o processo de seleção de resultados e curadoria, no caso da onflow, é feito de forma mecânica pelos empreendedores. 

Para iniciar a plataforma, foram selecionados quatro áreas de cursos online: idiomas, investimento pessoal, programação e música. O foco é em ensino a distância que não seja graduação, por enquanto, embora os idealizadores pontuem que, no futuro, isso pode mudar, sempre se ajustando às necessidades e desejos do mercado. 

Com a pesquisa de mercado finalizada, os estudantes descobriram que o público que manifesta interesse pela ferramenta é muito eclético, englobando diferentes faixas etárias e classes econômicas. Inicialmente, definiram então seu público alvo como estudantes, mas ressaltam que a plataforma é voltada para todos. 

Gabriel, Jorge, Matias, Enzo e Rodrigo querem fazer a diferença — acreditam no potencial de sua ideia e prosseguem no desenvolvimento dela. Segundo eles, o combustível para continuar trabalhando é o desejo de gerar valor para o brasileiro, para quem quer se qualificar, remetendo à ideia original, ainda do Hackathon, de propor soluções para a sociedade enfrentar as dificuldades atuais.

Para entrar em contato com o grupo, mande um e-mail para contato@goonflow.com

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