FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Na aula inaugural ministrada nesta segunda-feira (21/2) pelo economista e professor Roberto Macedo, os 750 calouros da Escola Politécnica puderam comprovar, por meio de um levantamento numérico, que o engenheiro é um dos profissionais mais requisitados e com maior destaque no mercado de trabalho brasileiro.

“Em meus estudos, comparei alguns dos mais concorridos concursos públicos do País que não exigem formação específica e percebi que, em todos eles, o número de engenheiros aprovados tem sido sempre bastante significativo”, ressaltou Macedo.

Na sua avaliação, os profissionais da área de Engenharia são mais requisitados e conseguem melhores posições no mercado de trabalho porque têm grande poder de concentração e facilidade para resolver problemas. “O engenheiro é um especialista eclético e generalizante, especializado em uma área mas com capacidade de aprender coisas novas em sua área ou fora dela”, explicou. “Por isso, tem mais oportunidade no mercado de trabalho, credenciando-se para um amplo leque de ocupações, inclusive o empreendedorismo”.

O economista ressaltou, no entanto, que o nível de emprego para os engenheiros pode variar de acordo com a taxa de investimento do País. Atualmente, entre os integrantes do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China -, nosso País é o que tem menor taxa de investimento, também chamada de Formação Bruta de Capital Fixo, em relação ao PIB, de acordo com dados do Banco Mundial. Na comparação entre 2003 e 2009, a média brasileira foi inferior a 20%, enquanto na China ficou em torno dos 40%, na Índia 30 e na Rússia 25%. Mesmo assim, Roberto Macedo lembrou que boas perspectivas estão se abrindo no País com projetos de porte, como o programa habitacional Minha Casa Minha Vida e o Pré-Sal, que certamente criarão oportunidades para os profissionais da área de Engenharia.

Economista formado pela USP e com mestrado e doutorado pela Universidade de Harvard (EUA), Roberto Macedo é autor, entre outros, do livro Seu Diploma, Sua Prancha, no qual dá dicas para os jovens escolherem bem a profissão e se destacarem no mercado de trabalho. Entre elas, ele destacou na aula inaugural a necessidade de aprimorar, na faculdade, as competências básicas, como falar e escrever bem, e encarar o ensino superior como um trampolim para adquirir não apenas educação, mas sobretudo cultura. “Vale lembrar que, ao entrar no ensino superior, o indivíduo visa ganhar competências para realizar um trabalho, que é uma ocupação mais geral que o emprego. Por isso, ousar montar seu próprio negócio é uma alternativa interessante, que sempre deve ser levada em consideração”, ressaltou.

Roberto Macedo é vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (SP); membro do Conselho de Administração da Nossa Caixa Desenvolvimento, agência do governo do Estado de S. Paulo; assessor da Faculdade de Economia da FAAP; articulista do jornal O Estado de S. Paulo e sócio das consultorias MGSP e Websetorial. Foi professor titular, chefe do Departamento de Economia e diretor da Faculdade de Economia da USP, presidente da Eletros (Associação de Fabricantes de Eletroeletrônicos), do Sindigás (Sindicato das Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo), presidente do IPEA e Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

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