FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Novo grupo de extensão, Hydrogen & Methanol Mobility, promove palestra inaugural

53201318639_375384ef40_o

No dia 20 de setembro de 2023, foi realizada uma palestra inaugural para formação do Hydrogen & Methanol Mobility (HAMM), novo grupo de extensão da Escola Politécnica (Poli) da USP em parceria com o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI). O evento contou com a presença de alunos interessados e dos professores orientadores, que fizeram as falas iniciais e apresentaram a proposta do novo projeto.

Originalmente planejada para ocorrer no Auditório do prédio da Mecânica, Mecatrônica e Naval, o evento foi movido para a entrada do departamento, devido a queda de energia em alguns locais da cidade de São Paulo e que afetou o Campus Butantã.

“Tem uma grande comoção internacional pela transição energética, temos a urgência de descarbonizar vários setores da nossa sociedade. A mobilidade, tanto urbana quanto comercial, é poluidora. Tem se discutido muito, a nível nacional e internacional, a utilização de combustíveis descarbonizantes, como hidrogênio e o metanol”, começa o pesquisador Renato Picelli, do RCGI. 

O HAMM tem como principais linhas de pesquisa do grupo a mobilidade a hidrogênio, metanol e outros combustíveis de origem renovável. Além disso, busca a construção de protótipos de veículos terrestres, navais, fluviais e aeroespaciais.

Ônibus movido a hidrogênio - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Ônibus movido a hidrogênio - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O grupo se une a outros projetos desenvolvidos pelo centro de pesquisa voltados para fomentar a cultura de utilização de energia renovável no Brasil. Dentre eles, a primeira estação de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo. “As aplicações são diversas, embora tenhamos falado do automóvel, a gente acredita na aplicação em máquinas pesadas, de construção civil, locomotivas, embarcações de grande porte, até submarinos, onde até já vem sendo usado lá fora. Esse carro não está sozinho, está dentro de um projeto maior”, afirma Emílio Silva, pesquisador do RCGI.

O primeiro projeto do HAMM será em parceria com outro grupo de extensão, o PoliMilhagem, para a participação no Shell Eco Marathon 2024. “Acho que vai ser bem proveitosa essa união. A gente tem o protótipo, o veículo pronto, só que é um carro movido a bateria. O hidrogênio é justamente para fazer essa troca. Deu pra ver que tinha muita gente aqui hoje, se as pessoas estiverem interessadas e motivadas a fazer, dá pra gente ser campeão nas competições que a gente participar, tem muito potencial”, afirma João Vitor, integrante do PoliMilhagem. 

53201423826_763d2840cc_o

Além do hidrogênio, a professora orientadora Liane Rossi, do Instituto de Química da USP, comentou sobre os diferentes usos do metanol como produto químico, mas que tem grande importância para a mobilidade. “O metanol pode ser usado direto, num motor de combustão, mas também pode alimentar uma célula de combustível, ele tem essa diversidade”. A pesquisadora ainda acrescenta que “existem pelo menos 50 plantas-piloto no mundo sendo desenvolvidas para estudar essa tecnologia de conversão de CO² em metanol. Nós estamos dentro de um grande ecossistema para desenvolver essa tecnologia e depois vão vir os usos”. 

Nas etapas iniciais, os alunos devem ter motivação e curiosidade, e serão auxiliados por professores orientadores de diversas áreas da engenharia e também por outros alunos consultores que têm experiência na formação de grupos de extensão. Estavam presentes na palestra inaugural estudantes e profissionais de dentro e de fora da USP. 

 

“Me interesso muito por energias renováveis de forma ampla, e quando fiquei sabendo do grupo de extensão eu me interessei muito, por ter uma possibilidade de crescimento com uma área um pouco mais técnica e por ver que vai ser um grupo com forte apoio dos professores neste início. Fiquei muito feliz de ver que tem professores de várias áreas diferentes dispostos a ajudar, e isso tende a fazer com que o grupo já comece com um futuro muito promissor”, conta Daniel Alkmin, estudante da Engenharia Ambiental da Poli.  

“Esse grupo de extensão é a oportunidade de trazer esse tipo de pesquisa e tecnologia de ponta para a graduação. Para que os alunos tenham a oportunidade de trabalhar com esse tipo de tecnologia, junto com os professores consultores e criar a cultura de transição energética, de engenharia limpa. É um grupo interdisciplinar, pioneiro e inovador que a Poli e a USP vão ter”, afirma Picelli.

As apresentações dos professores podem ser acessadas abaixo

Palestra inaugural do novo grupo de extensão 

Metanol: O combustível para o futuro

Sistemas de tração/propulsão elétrico a hidrogênio

Caminhos e possíveis aplicações