Escola Politécnica

Formando engenheiros e líderes

Poli-USP homenageia organizações de egressos, AEP e Amigos da Poli, e empresário Gustavo Pierini

No último dia 12 de dezembro, a diretoria da Escola Politécnica da USP realizou uma homenagem para a Associação dos Engenheiros Politécnicos, para o Fundo Patrimonial Amigos da Poli e para o empresário Gustavo Pierini, por toda sua contribuição à Poli.  Pierini, única pessoa física homenageada, já era um dos doadores patronos do fundo, e passou a doador “visionário”, com a criação de uma categoria que prevê a doação de US$ 1 milhão.

[Confira as fotos do evento]

Em cerimônia presidida pelo diretor da Poli, Reinaldo Giudici, participaram o vice-diretor, professor Silvio Nabeta, e a ex-diretora da Poli (2018-2022), Liedi Bernucci, acompanhados pelo público da reunião da Congregação da Escola naquela tarde.

O diretor da Poli iniciou sua fala ressaltando a atuação das duas entidades, “que constroem e solidificam uma ponte importante entre os egressos e a Universidade, e à nossa Escola. Cada uma, com sua própria abordagem, e ambas dedicadas a contribuir com a missão da Escola e promover o engajamento da comunidade politécnica”. 

 

Começando pela Associação dos Engenheiros Politécnicos, fundada em 1935, Giucidi destacou que é a mais antiga associação de ex-alunos em atividade ininterrupta do Brasil. “Desde sua fundação a AEP realiza atividades em conjunto com a Escola, com o intuito de fazer o elo com os engenheiros formados. É uma instituição de alumni da Escola”. Entre as principais iniciativas desenvolvidas pela a Associação, Giudici citou o projeto Retribua, que oferece bolsas de estudos para alunos em situação de vulnerabilidade econômica, e mentoria para orientá-los ao longo da graduação. Além dos encontros de sociabilidade, o diretor destacou as ações realizadas durante a pandemia, como o levantamento de recursos para iniciar o Projeto Inspire, e a doação de computadores para os alunos estudarem em casa.

O diretor-presidente da AEP, Dario Gramorelli, recebeu dos diretores uma placa em nome da Associação, em reconhecimento pela parceria e dedicação à Escola Politécnica ao longo dos anos. 

Em seguida, o diretor prestou uma homenagem ao Fundo Patrimonial do Amigos da Poli, destacando o trabalho de liderança que envolveu a iniciativa desde sua fundação, por volta de 2012. Um exemplo material do propósito da Escola de formar engenheiros e líderes.

Lembrando o nome dos cinco amigos politécnicos que iniciaram o projeto – Eduardo Vasconcellos, Marcos Matsutani, Diego Martins, Ricardo Milani, Matias Tomazeli e Maximo Gonzalez – o diretor contou que o Amigos da Poli é o primeiro e maior fundo Endowment de uma Universidade brasileira. “O Fundo tem números impressionantes, com mais de 50 milhões de reais de patrimônio advindo de doações, esse capital fica aplicado e seus rendimentos são usados para apoiar diferentes projetos desenvolvidos na Escola por alunos, professores e funcionários. O Fundo já apoiou mais de 300 projetos da Escola, selecionados de maneira rigorosa em editais muito competitivos”.

O modelo inspirou um projeto de Lei (nº13.800/2019) aprovado no Congresso brasileiro, sancionado em janeiro de 2019, estabelece um marco regulatório para a criação de fundos patrimoniais, também conhecidos como endowments ou fundos filantrópicos. O diretor citou também outros fundos inspirados pelo Amigos da Poli, da FEA, da USP, FGV e UFMG. “O interessante é que o Amigos da Poli tem ajudado esses fundos a se estruturarem, passando a tecnologia bravamente desenvolvida por eles. É um caso fantástico de contribuição muito relevante, não apenas para dentro da Escola, mas como para o País como um todo, por fomentar, por criar uma cultura de retribuição, de doação”.

Giudici destacou entre as atividades do Amigos da Poli o Centro de Carreiras, que prepara os alunos para o mercado de trabalho com treinamentos, mentorias e estágios em diferentes programas. 

Por fim, o diretor caracterizou as atividades do Amigos da Poli, assim como da AEP, como fruto do trabalho de um conjunto de voluntários, doadores, professores, alunos e toda a comunidade politécnica. Agradecemos a dedicação coletiva desses politécnicos, ele entregou uma placa de homenagem à Gabriela Bueno Garcia, que representou o Fundo.

A professora Liedi Bernucci passou então à homenagem ao engenheiro e empresário Gustavo Pierini, em discurso que pontuou sua trajetória acadêmica e profissional. Confira o discurso na íntegra:

Ao preparar esta homenagem, a primeira coisa que fiz foi consultar em um dicionário o verbete “Mecenas”. E lá encontrei o seguinte significado: “1. Protetor dos literatos e das letras e 2. Pessoa ou entidade que patrocina financeiramente um artista, instituição ou evento cultural”. E é disso que vamos falar aqui: do nosso querido mecenas Gustavo Pierini.

“Um homem que abraçou A Escola Politécnica com carinho, admiração e visão de futuro. Um homem que acredita sinceramente que o futuro do país está na mão de engenheiros e pesquisadores inovadores e que o futuro vem por intermédio da educação e do incentivo aos talentos. 

Formado em três engenharias – Naval, Mecânica e de Sistemas em Instituições Públicas na Argentina, com desempenho exemplar, recebeu uma bolsa de estudos americana Fullbright, que bancou parte do seu mestrado em Science in Management (Ciências da Administração) no MIT onde realizou seu sonho de estudar fora do país e, foi aí que soube a importância do incentivo para a construção de biografias brilhantes como a sua. Foi, então, que nasceu o “Mecenas”. À medida que sua carreira de empresário foi crescendo, o seu senso de filantropia foi aumentando: Segundo suas próprias palavras “Sempre fui grato pelo o que as pessoas fizeram por mim, e achei que teria a capacidade de fazer isso por outros. Estou devolvendo à sociedade com juros”. A sua biografia é longa e bem sucedida e não vou me deter aqui a enumerar os seus grandes feitos e sua história de patrocinador da ciência, em educação superior com viés tecnológico e inovação. Vou dar apenas, como exemplo, o primeiro investimento de grande porte de Pierini que foi a criação, em 2011, de um fundo que banca, anualmente, o valor de um mestrado para um estudante argentino ou brasileiro no MIT – Programa Gustavo Pierini Fellowship.

Mas quero destacar a sua relação com a Poli, que sempre foi muito estreita. Ele a justifica afirmando que, além da admiração pelo conhecimento aqui gerado, ele sempre conviveu com nossos egressos em sua empresa e pode reconhecer neles um grande talento.

O laço ficou ainda mais estreito quando passou a integrar o Fundo Patrimonial Amigos da Poli. Pierini já era um dos doadores patronos do fundo, mas agora, decidiu ir além, com a doação de US$ 1milhão (o equivalente a cerca de R$ 5,8 milhões, na cotação atual), criando uma nova categoria, que chamou de doador “visionário”.

E, demonstrando sua sinergia com a nossa Escola, estipulou que todo o valor arrecadado será usado em pesquisa e desenvolvimento voltado para as seis áreas transversais propostas pelo Planejamento Estratégico da Escola Politécnica, para os próximos anos.

  1. Engenharia para vida e mitigação do aquecimento global
  2. Energias renováveis e transição energética
  3. Mobilidade e cidades inteligentes
  4. Infraestrutura sustentável e resiliente
  5. Transformação Digital e Indústria 4.0
  6. Engenharia da educação/ciência da aprendizagem

São áreas que unem os diferentes Departamentos e os projetos envolverão alunos da graduação e pós, professores e empresas. E, finalizando essa breve saudação em agradecimento pelo tanto recebido, chamamos o nosso querido Gustavo Pierini para receber das mãos do Prof. Reinaldo Giudici, Diretor da Poli, uma singela homenagem.

Tenha certeza que você será uma parte muito significativa da história desta nossa centenária Instituição!”

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