FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

Professor da Poli-USP é homenageado internacionalmente com medalha que reconhece suas contribuições científicas

A sociedade alemã de Ciência e Engenharia de Materiais (Deutsche Gesellschaft für Materialkunde e.V. – DGM) distinguiu a contribuição do professor  Angelo Fernando Padilha, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica (Poli) da USP, no campo da ciência e engenharia de materiais. A instituição irá premiá-lo com a Medalha International Tammann, concedida anualmente a apenas um pesquisador em todo o mundo.  

Planejada para acontecer no próximo dia 7 de setembro, na Universidade de Frankfurt, a condecoração é destinada a cientistas com conquistas de relevância internacional. O prêmio foi concebido para homenagear Gustav Tammann, cientista germano-báltico que idealizou a metalurgia como uma ciência físico-química, e é reconhecido como um dos pais da metalurgia moderna.

O trabalho do professor Angelo Padilha contribuiu de maneira significativa para a área da ciência dos materiais e foi auxiliado pela cooperação entre o Brasil e a Alemanha, país onde o pesquisador obteve o título de doutor e trabalhou com especialistas de renome. 

(Reprodução/DGM)

Neste sentido, o professor também ressalta o pioneirismo na Escola Politécnica no campo da metalurgia, sendo sede de um dos primeiros Laboratórios de Metalografia na década de 1910, fundado por Hippolyto Gustavo Pujol Júnior com apoio de Antônio Francisco de Paula Souza, fundador da Escola.

“A importância da Escola Politécnica tem sido reiteradamente reconhecida nacional e internacionalmente no decorrer de sua história de 130 anos. No campo da metalurgia, a importância da Poli também é notável”, ressalta. 

(Reprodução/DGM)

Padilha também destaca como etapa importante de sua atuação profissional a sua passagem pela Presidência da Comissão Nacional de Energia Nuclear, cargo que ocupou concomitantemente com o de presidente do conselho de administração das duas principais Indústrias Nucleares do Brasil (INB-Indústrias Nucleares do Brasil e NUCLEP-Nuclebrás Equipamentos Pesados). 

A medalha vem na esteira de uma série de prêmios e honrarias acumuladas pelo pesquisador em décadas de produção científica. Dentre as condecorações, estão a  Medalha Hubertus Colpaert concedida pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) pela excelência na área de metalografia e metalurgia física, Medalha Carneiro Felippe pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, que identifica aplicações pacíficas da Energia Nuclear e a honraria da Marinha que o reconheceu com o Grau de Comendador do Quadro Suplementar da Ordem do Mérito Naval

Colocando o futuro em pauta, o professor sublinha a atuação da Escola Politécnica rumo a reversão ao que ele chama de “processo de desindustrialização”, que se refere a diminuição percentual da participação da indústria, especialmente da indústria de transformação, no Produto Interno Bruto (PIB). Esse processo refletiu na oferta (queda) de emprego e nos salários, além da diminuição na qualidade dos empregos oferecidos. Muitos engenheiros, em especial os jovens, tiveram que mudar de atividade (abandonaram a engenharia) e até mesmo emigraram para outros países. “Acredito que a ciência, a tecnologia e especialmente a engenharia conseguirão reverter este quadro. A Poli certamente terá um papel importante neste processo”.

Uma longa trajetória até aqui

O professor Angelo Fernando Padilha é graduado em Engenharia de Materiais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em 1974. Obteve seu mestrado na Escola Politécnica da USP, em 1977, e tornou-se doutor pela Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade de Karlsruhe, em 1981, lugar onde tem contato com grandes metalurgistas e seu interesse na área se acentua. Em 1988, Padilha tornou-se docente da Escola Politécnica da USP, conquistando o título de Livre-docente (1989) e de Professor Titular (1993). Ao longo de sua carreira, interagiu com vários grupos de pesquisas do Brasil e do exterior, especialmente da Alemanha. Integrou a equipe que projetou o primeiro reator nuclear brasileiro de potência (para propulsão nuclear). Conheça mais sobre a trajetória de Angelo Fernando Padilha. 

Print Friendly, PDF & Email