FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Estudantes da Poli-USP têm oportunidade única de visitar o submarino S-34 TIKUNA no litoral paulista

A convite da Marinha, 12 alunos de Engenharia Naval foram até o Porto de Santos conhecer detalhes de um dos navios de guerra brasileiro 

No último domingo, dia 3, o submarino S-34 TIKUNA abriu as portas para estudantes da Escola Politécnica (Poli) da USP. A visita foi possível graças a um Acordo de Cooperação Técnica firmado há mais de seis décadas entre a USP e a Marinha brasileira, que dentre diversas atividades, como a formação de oficiais engenheiros, mantém na Escola Politécnica o Centro de Coordenação de Estudos da Marinha em São Paulo (CCEMSP), e ajudou a impulsionar a criação do primeiro curso de Engenharia Naval no País.  

Os doze estudantes de Engenharia Naval, escolhidos para a visita por critérios de desempenho acadêmico, dentre alunos matriculados do primeiro ao quinto ano, foram acompanhados pelo Diretor do CCEMSP, Comandante Rafael Gonzalez, e pelos professores Celso Pesce, Chefe do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, e Jordi Mas-Soler, jovem docente do mesmo departamento, tendo sido recebidos pelo Comandante do Tikuna e por militares de serviço no submarino. Durante a visita, o grupo pôde conhecer detalhes sobre os sistemas de funcionamento deste meio naval, e tomar contato com algumas das missões nas quais ele atua, com destaque para operações na Amazônia Azul, onde integra a força responsável por sua fiscalização e proteção. 

A visitação, uma rara oportunidade concedida aos alunos, marca a retomada de iniciativas do gênero promovidas pela Marinha depois da pandemia. Do ponto de vista do aprendizado, um dos alunos relata que a experiência foi muito enriquecedora, pois possibilitou que eles vivenciassem conceitos da graduação aplicados em contextos mais extremos. “Com ele foi possível estudar todas as áreas vistas nas aulas”, conta Fernando Borghetti, estudante do 5° ano. 

O professor Celso Pesce ressalta que “o objetivo central da visita foi motivar os estudantes a intensificarem seus estudos desenvolvidos na graduação, além de despertar sua curiosidade para novos conceitos da engenharia aplicados a sistemas altamente complexos. O resultado da visita foi extremamente benéfico, tanto para os alunos quanto para os professores. Um aprendizado”.

Posicionamento que converge com o do professor Jordi Mas-Soler, que explica que oportunidades como esta são excepcionais e “proporcionam aos alunos uma compreensão mais profunda do impacto real e da relevância da indústria a nível nacional, fortalecendo sua determinação em seguir uma carreira no campo da engenharia”. 

O Comandante Rafael Gonzalez salientou que a visita, que oportunamente também incluiu o Navio-Patrulha P-72 Maracanã, permitiu que os alunos vislumbrassem e ampliassem a visão sobre a importante atuação da Marinha nas Águas Jurisdicionais Brasileiras, utilizando meios navais construídos no Brasil, bem como agregassem novas experiências pertinentes às suas formações profissionais. Aproveitou para ressaltar que a iniciativa fortalece ainda mais a frutífera parceria entre a Instituição e a Universidade. “Discorremos com os alunos algumas tradições navais, que muito preservamos, e foram apresentadas informações sobre as dimensões dos navios e as missões distintas e complementares que eles realizam, além de até inspirá-los, mesmo que sutilmente, a ingressar posteriormente na Carreira Militar Naval, através do concurso para o Corpo de Engenheiros da Marinha, que também conta com decorrências daquele convênio com a USP”. Com base na participação e no retorno dos jovens, atribui que os efeitos desejados foram alcançados com sucesso.

O TIKUNA, nomeado em homenagem ao povo indígena homônimo, aportou em Santos na manhã do último sábado (2) e seguiu viagem em direção ao Rio de Janeiro na terça, (5). O submarino de 62 metros de comprimento, conta com uma tripulação de 44 pessoas, que integram a atual operação. Uma das coisas que mais surpreendeu o estudante João Faria sobre o seu funcionamento foi o “sistema de snorkel do submarino, que é acionado quando ele sobe à superfície para recompor a atmosfera interna do submarino”. Esta é uma característica desses navios de propulsão convencional, isto é, diesel-elétrica, onde suas baterias precisam ser recarregadas periodicamente pelos seus motores a combustão interna.

O CCEMSP é subordinado ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, CTMSP, também localizado nessa Cidade Universitária, o qual investe no aprimoramento de sistemas navais altamente complexos e desenvolve tecnologias para a construção no País de um submarino de propulsão nucleoelétrica e convencionalmente armado. Além disso, o CCEMSP também participa de algumas feiras organizadas no Campus pela USP, como a “FEBRACE” e a “Feira USP e as Profissões”, nas quais, por meio da exposição de vídeos institucionais e maquetes, apresenta aos jovens talentos visitantes programas tecnológicos desenvolvidos em prol da defesa dos interesses nacionais, assim como oportunidades de assumir posições desafiadoras dentro da carreira, atuando na área com que se identifica.   

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