FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Politécnicas incentivam meninas a ingressarem nos cursos de engenharia como parte de atividades de organização estudantil

Um grupo de alunas da Escola Politécnica (Poli) da USP, que faz parte do Centro Acadêmico Mecânica e Mecatrônica (CAM), visitou uma escola de ensino básico a fim de estimular o interesse pelas carreiras de engenharia entre as adolescentes. A escola de ensino fundamental escolhida foi a Escola Estadual Professor Emygdio de Barros, Zona Oeste de São Paulo, em que cerca de 40 alunas, a maioria de 14 anos, conheceram o universo da Engenharia por meio de estações de experimentos científicos, como um que grava em aço com eletricidade.

Letícia Cavalcanti, recém formada em Engenharia Mecânica, conta que o projeto está ativo há pelo menos cinco anos. Sobre o crescimento do número de universitárias envolvidas com essa questão e ao ingresso de mulheres na Poli-USP, ela destaca o tamanho impacto que tem sido alcançado ao longo desse tempo com pequenos e grandes projetos. “Com persistência e trabalho em equipe, em cinco gestões do Centro Acadêmico, o número de mulheres colaboradoras cresceu quase que 300%. Isso significa que conseguimos reter as alunas engajadas e motivadas no curso por meio do empoderamento”. Já quanto ao ingresso na Universidade, Letícia acredita que se trata de um recorte de classe. “Estatisticamente, a maioria das meninas da Engenharia da USP veio de colégios particulares bastante caros. Por meio da atividade, tentamos passar a mensagem de que além de mulheres serem muito capazes para a Engenharia, as meninas também podem ter muitos outros meios de estudarem e trabalharem na área, seja na USP ou não”.

Mais que incentivá-las, Letícia ressalta que há o desejo em orientar, apresentar meios e aproximá-las da Engenharia. “Existem muitas oportunidades para isso, e queremos que elas possam contar conosco para ajudar na orientação do caminho que pretendem seguir. Acredito que um dos grandes momentos do dia foi poder ouvi-las comentando sobre os experimentos científicos que fizeram com base em suas próprias realidades. Senti que há um vínculo entre a Engenharia e suas vidas”, completa.

No sentido de mostrar caminhos, Lorena Leme, estudante do 2º ano de Engenharia Mecânica, considera que esse tipo de atividade é muito importante para fazer as alunas pensarem alto. O contato com as universitárias, leva as meninas, então com 14 anos e em uma escola de ensino fundamental da rede pública, a refletirem e ponderarem sobre o futuro. “Fomos falar de engenharia, um curso que talvez elas nunca nem tivessem considerado, mas fomos para falar que engenharia é algo feminino também”. Ela finaliza em tom de expectativa para as transformações. “Espero que a gente tenha aberto a cabeça delas para uma nova opção”.

 

 

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