FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Aluno da Poli-USP recebe prêmio por desempenho acadêmico na França

Em intercâmbio na França, Diego Simão superou dificuldades iniciais e ficou entre os melhores alunos de 2020

Quando Diego Simão entrou na Escola Politécnica (Poli) da USP, em 2016, para cursar engenharia civil, já ansiava pelos processos de internacionalização que a Universidade oferecia. Nos primeiros meses da graduação, engatou num curso de francês oferecido pelo Grêmio Politécnico, mas com certa insegurança quanto às notas semestrais e as consequências que poderiam implicar e excluí-lo dos programas de intercâmbio, Diego abandonou o ensino da língua.

 

Quando conseguiu organizar-se academicamente nos semestres consecutivos, o aluno atingiu ótimas notas ao final do segundo ano e decidiu retomar o processo de internacionalização por meio da inscrição no Programa de Duplo Diploma, que em 2021 comemorou 20 anos desde a primeira parceria entre a Escola e uma universidade estrangeira. Oferecido pela Poli, o intercâmbio neste tipo de convênio  pode durar de 18 meses a 3 anos e, após o período no exterior, o estudante retorna à USP para finalizar o curso de origem e receber o diploma de ambas as instituições. Tendo aplicado para universidades na França, Itália e Portugal, mas sempre pendendo para a primeira opção, Diego foi aceito na faculdade École Spéciale des Travaux Publics (ESTP), em Paris.

 

O engenheiro conta que no início do intercâmbio na Cidade Luz, as barreiras já esperadas o atingiram: as dificuldades com a língua, principalmente as relacionadas aos termos técnicos aplicados em sala de aula; a saudade do Brasil e o processo de adaptação que requer um passo de cada vez. “Todos esses fatores juntos fazem parte de uma imersão, que possibilita um crescimento e um aprendizado exponencial e acelerado. O fato de eu não entender totalmente as primeiras aulas por conta da língua fez com que eu compensasse estudando bastante em casa. E aquele sentimento de estar perdido, de achar que eu viera de um lugar tão longe para não entender nada, desapareceu”, conta. 

No final do primeiro ano na França, Diego foi indicado pela faculdade a concorrer pela premiação que elege os melhores alunos do país durante o ano letivo, voltada à área da Engenharia Civil que se especializa em infraestrutura urbana e obras públicas. A organização responsável aceitou a indicação, mesmo que se tratasse de um aluno não-francês; o que rendeu a Diego o prêmio da Fédération Nationale des Travaux Publics (FNTP) pelo bom desempenho acadêmico. Junto à conquista, foi nomeado embaixador da Federação, o que confere aos premiados a função de divulgar a Engenharia Civil para crianças e adolescentes, a fim de mostrar possíveis caminhos profissionais a seguir. 

 

Por conta da pandemia da covid-19 e das medidas sanitárias do lockdown imposto pelo governo francês, as escolas foram fechadas e a oportunidade de divulgar a Engenharia foi impedida. De modo geral, o engenheiro conta que sua estadia na França foi afetada, negativa e positivamente, pela pandemia: em um primeiro momento, o isolamento solitário na residência estudantil e, com o tempo, o aprimoramento das amizades com os vizinhos que também estavam sozinhos e com quem criou uma rede de apoio e contato. 

 

Após a finalização do curso em Paris e com a flexibilização das medidas restritivas tanto na França quanto no Brasil, Diego retornou à Poli para finalizar a graduação. Um entre os diversos benefícios que o Duplo Diploma carrega é que, com o diploma da universidade parceira, é possível que o aluno trabalhe também no país em que realizou o programa de intercâmbio, sem problemas de equivalência acadêmica e profissional. O engenheiro aproveitou a oportunidade após receber a proposta de efetivação de uma empresa focada em auditoria financeira na qual estagiou durante os seis meses que cumpriu o estágio obrigatório requerido pela grade curricular. “Como precisava retornar ao Brasil para finalizar o curso na Poli, conversei sobre a indisponibilidade de começar logo após o final do estágio. Foram compreensivos e mantiveram a proposta de pé, até quando eu pudesse voltar à França”, conta. 

 

Em terras brasileiras, mais propostas de emprego tentadoras surgiram, mas o sonho, a realização e a experiência de trabalhar no exterior deram o impulso para que Diego fizesse as malas e aceitasse o cargo. “Não sei o que o futuro me reserva: se ficarei três anos em Paris, se depois voltarei para o Brasil ou se irei para outro país. O que sei é que decidir pelo intercâmbio impactou beneficamente o meu currículo e minhas experiências de vida e, se eu pudesse falar algo para o Diego que entrou na Poli em 2016 e para outros que desejam participar dos processos de internacionalização, diria que haverá momentos em que a gente se sentirá perdido, mas que no fim o intercâmbio é uma oportunidade para se descobrir, descobrir o mundo e o que se quer fazer”.

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